Saúde Íntima Feminina
- farmaciaseconomica1
- 18 de set.
- 3 min de leitura
Atualizado: 23 de set.

De acordo com a ginecologista e membro da Comissão de Trato Genital Inferior da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Dra. Ana Katherine Silveira, a região íntima é sensível e muito propensa a diferentes tipos de problemas. Por isso, a higiene e a prevenção, além do tratamento de doenças ou situações já instaladas, são tão importantes.
“Um problema muito comum e relacionado à saúde íntima da mulher é a infecção urinária. Como o aparelho urinário está muito próximo ao genital, é muito frequente que os corrimentos possam culminar com essa infecção”, conta.
Além disso, quando a mulher se sente saudável e confortável em relação à sua saúde íntima, isso pode impactar positivamente na autoestima, consequentemente, o relacionamento melhora e a vida sexual fica mais prazerosa.
“Sentir-se confiante e saudável nessa área pode contribuir para uma maior satisfação pessoal e qualidade de vida”, comenta a sexóloga terapeuta sexual palestrante e empresária, membro da Associação Brasileira dos Profissionais de Saúde Educação e Terapia Sexual (Abrasex), Tamara W. Zanotelli.
Ela enfatiza que cuidar da região íntima diariamente também é importante para manter o equilíbrio natural da região genital e prevenir infecções e irritações.
“A região genital é naturalmente habitada por bactérias e fungos benéficos que compõem a flora vaginal. Manter essa flora saudável é essencial para prevenir o crescimento excessivo de microrganismos patogênicos que podem causar infecções, como a candidíase e a vaginose bacteriana”, diz.
Problemas frequentes
O corrimento genital é outro problema comum associado à saúde íntima da mulher. De acordo com a Dra. Katherine, em virtude do calor, ele se torna muito comum, em especial a candidíase, provocada por fungos, sendo o mais comum o Candida albicans.
“O calor e a umidade favorecem o surgimento desse corrimento branco, espessado. Pode haver ainda ardência da região. Para prevenir, é preciso haver uma boa higiene íntima, evitar o uso de roupas apertadas e trocar roupas de banho molhadas”, orienta, acrescentando que também podem ocorrer corrimentos provocados por bactérias e protozoários.
Na pós-menopausa, outros problemas se tornam comuns, como o ressecamento vaginal, por exemplo. “Ele acontece por causa da falta do hormônio estrógeno. Com isso, a vagina perde umidade e lubrificação. O tratamento é feito com cremes vaginais à base de estrógenos ou ainda hidratantes e lubrificantes”, conta a ginecologista e vice-presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), Dra. Marair Sartori.
Ela explica que a recomendação para manter a saúde íntima é estabelecer uma rotina de higiene diária, com o uso de sabonetes específicos para a região e que não agridam a pele.
“A recomendação é nunca lavar dentro da vagina. A limpeza se dá sempre na área externa, sem exagerar, para manter a flora vaginal adequada”, ensina.
A vaginose bacteriana, outro problema comum à saúde íntima feminina, é causada por um desequilíbrio na flora vaginal, com um crescimento excessivo de bactérias, como a Gardnerella vaginalis.
“As causas exatas não são totalmente compreendidas, mas fatores, como duchas vaginais, relações sexuais desprotegidas e uso de Dispositivos Intrauterinos (DIUs) podem influenciar o seu desenvolvimento”, afirma Tamara.
O desequilíbrio da microbiota vaginal também é algo comum. Segundo a Dra. Katherine, a região é rica em lactobacilos e quando por alguma situação ocorre a diminuição desses lactobacilos e o aumento de bactérias, acontece a disbiose vaginal. “Isso causa odor desagradável, acompanhado de corrimento fino e acinzentado e também favorece a infecção urinária, aumentando, inclusive, o risco de parto pré-maturo em gestantes”, relata.
PRINCIPAIS PASSOS PARA HIGIENE ÍNTIMA
Evitar o uso de duchas vaginais, pois elas podem alterar o equilíbrio natural da flora vaginal. Optar por sabonetes suaves ou específicos para a região.
Evitar produtos irritantes, perfumados e sprays na região íntima, pois eles podem causar
irritação e desequilibrar o pH vaginal.
Adotar uma dieta rica em nutrientes e pobre em açúcares pode ajudar a reduzir o crescimento de leveduras, como a cândida.
Aderir ao tratamento médico.
Dar preferência a roupas íntimas de algodão, que permitam a ventilação adequada na região genital, evitando o uso de roupas apertadas.
Fonte: sexóloga terapeuta sexual palestrante e empresária, membro da Associação Brasileira dos Profissionais de Saúde Educação e Terapia Sexual (Abrasex), Tamara W. Zanotelli



Comentários